segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Preferência

Por uma simples postura
Opinião boba
Preferiu o frio ao abraço
A solidão a uma conversa
Preferiu ficar só ao ser cuidada
Preferiu tanto que partiu...
Paralisada.

Exclamação

De longe são arremessadas as palavras
As idéias se distorcem em pequenas fagulhas
Faíscas de pensamentos sem direção
Sentimentos soltos no ar
Braços que não se deram
Noite que se perdeu
Numa manhã sem amar

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Rush

Ela passou tão de repente e exibiu teu rosto de anjo
Levando todas as minhas horas existentes
Estou paralisado, em silêncio
Vendo teu vulto fugaz
Que não se desfaz da minha mente

Sempre em frente

Enquanto uns mudam constantemente suas vidas
Eu sigo o mesmo caminho de sempre
Pois nunca esqueço da placa que li quando decidi seguir essa estrada
Ela dizia:
"Amor, sempre em frente."

No chão, um tel, do céu

Na sua vaga
Na garagem
Ela propositalmente
Deixou cair um papel
Próximo ao número
Pintado ao chão
Que indica a porta
Da tua casa
No pedaço de papel
Apenas oito dígitos
Um número de um telefone
Fixo


quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Em rede ou interneficado

Seus poderes são maiores
Cabos de ligações estrangeiras
Ligeiras sintonias de formas
Tradução simples de códigos de barra
Senha da maior conta bancária
Porta escancarada, sem se fechar
Ciúmes silenciosos, sem pensar nos erros
Café da manhã pronto
Na mesa beijos e cheiros
Manhãs e manhas
Saltos involuntários
Coração aberto, sem escudo
Sonhos do carinho
Do amor além do amor
Exclama e grita
Saudades em off
Do amor que se conectou em outra rede
Sem vírus e antivírus de rosas
Mostrou o que ainda ama
Um amor que já se emaranhou
Na sua rede de internet alucinada 

Pensa nada

Pensou em quase tudo
Sem lembrar de nada
Até que reencontrou a imagem do amor na rua
E todo aquele nada que não pensou
Voltou como uma lembrança absurda de tudo
O amor que partiu sem dizer adeus
Habitava novamente o seu mundo

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

De seguir

Existe um ponto onde tudo parece estacionado
Não há passos, nem vozes
Os dias são lentos, sem perspectivas
São apenas horas, tempo
É quando o amor se perde em sua própria estrada
E se senta solitário na calçada escura
Em busca de cura ou uma carona
Que mostre uma nova jornada

O filosofo do bar

Pedro todos os dias batia cartão pontualmente às 22:48 no bar do Jonas.
Figura carimbada e conhecida pela maioria dos freqüentadores.
Pedro sentava sozinho em sua mesa já reservada. Sempre na área dos fumantes.
Ele estava divorciado a mais de quatro anos. Foi um relacionamento de seis anos e desde então Pedro vivia frustrações com seus novos relacionamentos. Sempre às 3:10, quando o bar já estava mais vazio, passava a filosofar sobre seus casos amorosos.
Só que na sexta-feira aconteceu algo diferente. O bar foi tomado por mulheres, solteiras, casadas, novas e coroas, quando Pedro começou suas opiniões sobre elas, como fazia todos os dias:
- As mulheres hoje em dia estão cada vez mais perdidas. Elas não sabem ao certo o que querem para si.
Buscam homens, jovens, moleques e esperam que eles as tratem como rainhas, coisa que elas decidiram abrir mão.
O som do bar do Jonas estava quase mudo e todas elas presentes, ouviam em silêncio o seu discurso:
- As mulheres são obstáculos em nossas vidas. São enigmas e interrogações. Elas sorriem sem querer sorrir. São felizes sós. São estranhas quando amam.
As mulheres cansaram de aceitar o amor, o carinho e a atenção dos homens. Elas preferem desilusões.
Vejo tantas mulheres com seus filhos ainda pequenos que se separaram dos maridos, cansadas da rotina da vida a dois e hoje buscam outro homem para formarem uma nova vida. Que idiotas! Vejo elas se dando para todos, qualquer um. Elas não curtem o encanto da conquista. Elas saem para se doarem e dizem que é apenas para se satisfazerem. E onde fica o romance e o amor?
Será que esse carinha que ela ficou hoje, vai assumir seus filhos? Será que ele realmente saiu com ela porque gostou ou foi só para se satisfazer?
Vejo-as reunidas em casa com as amigas contando suas noites de prazer, esquecendo que a vida delas está passando. E o pior é quando elas estão juntas para falar:
“Não existem mais homens perfeitos!”
Porra! Elas estão todas as noites em qualquer boteco barato, se exibindo como carne pronta para o abate. Adestraram os homens a esse mercado em liquidação, sem compromisso e esperam que eles mandem flores no outro dia ou mandem um torpedo falando que adorou a noite.
Elas criaram o novo abuso sexual e querem que o cara ame, sabendo que amanhã terá outra ex, solteira, viúva ou separada no mesmo bar em liquidação.
Que homem vai se prender mais a uma mulher? O comércio de mulheres iludidas é vasto e está a cada dia mais em ascensão.
Tem de todas as idades, basta o homem escolher. E ainda tem as casadas carentes, em busca de prazer.
Elas não aceitam que o mesmo homem convide-as para sair novamente. Por quê? Será medo de aceitar que aquele cara pode ter se interessado realmente por ela? Ou será que ela espera que o cara a veja com outro na próxima noite e ainda assim ligue procurando por ela?
Não entendo mais nada sobre mulheres e sim do comércio de suas carnes.
Pedro foi interrompido quando já estava em pé filosofando para o nada, pelo próprio Jonas:
- Pedro meu amigo! Já estamos fechando. Ta na hora né?
Foi quando o Pedro olhou ao seu redor e viu que todas as mesas estavam vazias:
- Nossa! Nem percebi Jonas que o bar já estava fechando. Quanto deu minha conta?
Jonas segurava uma caixa repleta de guardanapos e disse:
- Hoje você não vai pagar nada Pedro. Você pediu uma dose de whisky e nem se quer tocou no copo. Você passou horas sentado, mexendo no gelo, até a hora que começou seu discurso. Mas, quero que leve essa caixa e guarde pra sempre com você. E por favor! Dê um tempo sem aparecer aqui. Dê um tempo para você mesmo meu amigo.
Pedro pegou a caixa e sacudiu a cabeça confirmando que iria dar um tempo.
Ao chegar em casa, abriu a geladeira e pegou uma cerveja em lata. Sentou-se no sofá e foi olhar os guardanapos.
Muito deles continham maquiagens que foram tiradas, por conta das lágrimas que escorreram dos olhos das mulheres, borrando sua beleza.
Outros tinham números de celular, com o nome e um me liga.
Alguns palavrões, outros com frases como, “você mudou minha vida!”, alguns com beijos de batom e apenas um “eu te amo!”, o único que fez o Pedro parar de tomar sua cerveja e pensar:
“Quem será ela? Porque não colocou o nome ou o número para eu ligar?”
Pedro queria outra mulher para amar de verdade, mas, ela seguia a moda e preferiu não se identificar.
Assim como as outras, ela tinha medo de amar.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Ainda

A sensação mais estranha
É quando aquele nada perturba sua mente
Como se aquele beijo não tivesse sido dado ainda
Como aquela noite em que nossos corpos se encolheram
Dividiram o lençol, misturam saliva e suor
Parece que ainda não terminou
Ainda vejo teus olhos
Ainda vejo sua língua tímida, esperando a minha
Ainda vejo, ainda ouço
Teu gemido abafado, tua respiração ofegante
Tua pele morna e lisa
Tuas mãos pressionando meu corpo contra o seu
Uma luta de dois corpos se unindo
União de banquetes de carnes vivas
Sua fome, minha fome
Ainda não passou

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Porta-retratos

Aquele sofrimento que me vem de repente, sempre quando estou só
Nunca sei direito porque ele vem
Tantas coisas já passaram
Tanto tempo
Já nem se quer existe o lamento
E essa saudade ainda convém a se adequar a mim
Dizem que são paisagens
Visões do dia
Sorrisos
Lua
Sol
Mas, eu sei que não é nada disso
As lembranças só me vêm quando limpo a casa
O nosso passado brota
Sutil e sem dó
Quando te vejo nos porta-retratos
Já limpos, sem pó.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Full Moon

Segunda-feira dia 9 de janeiro de 2012.
Às 5:30 da manhã, Fábio observava a lua que nesse primeiro período de cheia, se encontra no momento da lunação, onde Marte se encontra em Virgem, assim como o Sol se encontra em Capricórnio e a lua em Câncer.
Ele sabia que esse momento era único, pois, Câncer é um signo energeticamente ligado ao elemento água e à qualidade cardinal, onde recordações do passado podem influenciar muito as decisões do futuro.
Fábio não teve dúvidas quando programou desde cedo, onde iria passar a noite.
Arrumou tudo. Barraca, comidas, bebidas, binóculos e sua antiga luneta.
Às 19 horas seguiu para o morro próximo ao seu condomínio e lá acampou.
Solitário, ao som do Led Zeppelin, observava a lua cada vez mais cheia. Bebeu, comeu, aumentou o som, tirou fotos e não tirou os olhos da lua.
Lá pelas 2 da manhã, um bloco de nuvens se aproximava. Fábio iria perder por alguns minutos a visão da sua bela e única companheira da noite.
Sentou-se na grama e esperou que as nuvens passassem.
Como num susto, Fábio foi arremessado ao chão. Com a cabeça virada pra esquerda e o corpo paralisado, ele conseguia ver partes do céu já aberto e a iluminação forte da lua, mas, não via naquela posição a sua companheira.
O seu ouvido direito sofria tanto com um barulho de um motor que não o deixava falar, nem se quer gritar.
Fábio estava em choque por não conseguir se mover e lutou contra aquela força estranha que o segurava não sei onde.
Ele conseguiu girar um pouco a cabeça para a direita e não acreditou na metade do vulto que via. Era metade da face estranha de um alienígena, que introduzia em sua orelha um aparelho metálico, feito uma pinça.
Fábio lutou com todas as forças contra aquilo e sentiu a pele de todo seu corpo fazendo o mesmo movimento. Como uma pedra lançada num rio de águas calmas, formando aquelas pequenas ondulações que se alastram por toda extensão do rio.
A vista estava cada vez mais turva e Fábio não sabia mais como lutar. Não tinha mais forças. Fechou os olhos e sua cabeça voltou a ser pressionada para a esquerda.
- AAAaaaahhhhhhh!!!!
Fábio gritou e nada mais o segurava. Com o corpo trêmulo e assustado, ele não tinha coragem de abrir os olhos e olhar para sua direita.
Respirou fundo, virou a cabeça e abriu os olhos lentamente.
Fábio estava deitado em sua cama, no seu quarto solitário de apartamento, numa escuridão que se quebrava pelos raios luminosos da primeira lua cheia do ano.
Virou a cabeça para esquerda e olhou pela janela aberta, uma única estrela, uma multidão de nuvens que seguiam seu rumo e uma lua que reinava absoluta aquela noite.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Solitários

Eles sempre se encontravam na mesma rua
No mesmo horário, todos os dias
Trocavam olhares, sorrisos, mas nunca um:
“Bom dia! Boa tarde! Boa noite!”
Um homem e uma mulher, solitários
Que quando se cruzavam, sentiam frio na barriga
Ambos fingiam não enxergar
Ou talvez fosse medo de acreditar
Que aquilo fosse o tal dito amor
Ambos morreram sem dizer oi
Morreram fazendo as mesmas coisas
Morreram nos dias, nas horas
Com medo de arriscar
Com medo de amar
Com medo da dor

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Ex lá estar

Era sexta-feira e exatamente um mês da separação da Juliana e do Luis.
O Luis desde a separação, evitou ir a lugares públicos. Comprava cervejas no caminho de volta pra casa, quando saía do trabalho. Raramente bebia algumas com os amigos no barzinho próximo a sua nova casa (sua não, ele era um inquilino agora).
Porém, a Juliana desde o segundo dia de separação, saía com suas amigas. Era sua forma de extravasar a dor e provar que sua decisão de terminar seu relacionamento de cinco anos, estava correta.
Ela não queria perder mais tempo, queria recuperar (talvez) todo o tempo perdido, com um homem metódico e paciente. A Juliana não entendia como o Luis conseguia viver e enxergar a vida de uma forma tão fora dos padrões atuais.
O Luis era um cara que não se importava com “status”. Vivia o dia. Isso ela nunca pôde negar. Realmente ele sugava até os segundos do dia-a-dia. Mas, para ela viver só de simplicidades era pouco. Ela queria era ter uma casa com piscina, silicone nos seios, etc.
Não que ele não quisesse ter tudo isso, mas, ele não iria morrer trabalhando para conseguir coisas que ficariam a mercê da morte. Coisas que com o tempo iriam estimular as novas mudanças. “Agora quero uma piscina maior, um carro do ano e ela mais mililitros de silicone.”
E assim se fez a separação dos dois. Pela não compreensão de valores.
Luis estava cheio de evitar um encontro com sua ex. Cansou de ouvir blues com suas cervejas solitárias e decidiu ir a uma choperia que há tempos seus amigos indicavam:
“Vamos lá Luis! Tem muita gata. Você vai acabar conhecendo alguém legal cara.”
Ele chegou do trabalho, fez a barba, tomou banho, se arrumou, chamou um táxi e seguiu sem avisar a ninguém que iria lá.
Era realmente uma bela choperia, música ao vivo e gente bonita.
Luis sentou próximo ao bar e começou a tomar seu chope.
O tempo ia passando e o local seguia o aumento das horas. Cada vez mais lotado.
Uma mesa bem ao fundo do estabelecimento chamava a atenção. Seis belas mulheres estavam falando alto, gargalhando e brindavam a cada novo chope que chegava.
Luis conheceu várias garotas, trocou números, sorrisos e o local passou a esvaziar.
Aquela mesa que era o destaque da choperia, muitos homens passaram, saíram com algumas das garotas, outras foram embora e ficaram apenas duas.
Luis pensou em se aproximar, quando descobriu que a que sempre esteve de costas para ele era a Juliana, sua ex:
- Puta que pariu! Tanto lugar nessa cidade e ela vêm justamente aqui.
Luis pediu a conta e foi ao banheiro.
Demorou por lá pensativo.
Ao sair viu que na mesa só restará a Juliana, que estava sendo reanimada pelo garçom:
- Senhorita, vou chamar um táxi para te levar pra casa.
- Eu não estou bêbada! Posso dirigir sozinha.
Era uma cena horrível, ver a sua ex dando um chilique daqueles. Gritando e chamando a atenção dos poucos que ali estavam.
Num súbito ato de desconhecimento, o Luis dirigiu-se a mesa:
- Pode deixar que eu a levo.
O garçom indagou:
- Quem é o senhor?
Ele respondeu com toda convicção:
- Sou o ex-marido dela!
E assim o Luis carregou sua ex bêbada da choperia.
Todos assistiam à cena. A música já havia parado e os dois ex eram a atração.
Às 9:38 da manhã a Juliana desperta com uma puta dor de cabeça:
- Onde estou? Que lugar é esse?
Ela analisava todos os cantos do quarto desconhecido e pensava tentando lembrar de alguma coisa da noite passada:
“Meu Deus! O que aconteceu naquele bar? Não lembro de nada. Será que sai com alguém?”
Avistou na cadeira ao lado da cama seu vestido preto, seu sutiã e sua calcinha:
“Deus do céu! Transei com alguém e nem sei quem é ainda.”
Juliana rapidamente olhou por baixo do cobertor para ver se estava nua e descobriu que estava vestindo uma camisa branca de botões que a cobria até o meio das coxas.
Sobre o criado mudo havia uma tigela repleta de bombons de chocolate.
Sentou-se na cama e pegou um aperitivo doce. Nesse instante que degustava os bombons o cheiro forte de café invadiu o quarto.
Ela ouvia os passos se aproximando sobre o piso de madeira que revestia toda casa e se recolheu assustada e pensativa:
“Aí meu Deus! Espero que pelo menos seja bonito.”
Quando uma voz familiar ecoou em seus ouvidos:
- Aposto que já comeu alguns bombons.
E ao ver entrar no quarto o Luis com uma bandeja de café da manhã nas mãos, ficou ainda mais espantada. Ele perguntou:
- Está surpresa?
Ela balançou a cabeça dando um sim:
- É! Eu também estou. Não espera que justamente na minha primeira noitada fosse trazer para minha cama, minha ex.
- Tome esse café pra aliviar um pouco o peso da sua ressaca.
Ela rapidamente perguntou:
- Me fala tudo o que aconteceu Luis, por favor!
O Luis sorriu:
- Não precisa se preocupar. Não aconteceu nada demais a não ser pelo vexame que tu deu bêbada na choperia, mas nada que a envergonhe para sempre. Acontece às vezes.
- E porque estou usando a tua camisa e minhas roupas estão logo ali na cadeira?
Ele respondeu rapidamente a sua pergunta:
- Juliana, relaxe! Não aconteceu nada entre a gente, se é isso que está querendo saber.
- Apenas tive que te dar um bom banho frio para te reanimar um pouco.
Ela o olhou fixamente:
- Você me viu nua?
Luis respondeu calmamente ao seu absurdo:
- Não há nada que eu não tenha visto antes.
- Da próxima vez te deixarei largada como suas amigas do peito fizeram e torcerei para aparecer alguém educado que te leve pra casa sem abusar de você.
Juliana abaixou a cabeça e pediu desculpas:
- Desculpa Luis. Te agradeço por cuidar de mim. Só você mesmo para cuidar de mim.
- Como sempre os bombons ao lado da cama né?
Respondeu sério:
- Não precisa agradecer.
- Pois é! Peguei essa mania de doces por sua causa.
Juliana repentinamente saltou da cama em direção ao Luis e o abraçou:
- Me perdoa por tudo Luis! Por ter te deixado.
- A cada dia que passa sinto mais a tua falta. Tomei uma decisão equivocada.
- Vamos aproveitar esse momento a sós e vamos esquecer esse mês que passamos sozinhos.
Luis olhou fixamente nos olhos da Juliana e falou:
- Desculpa Juliana se falhei com você em algumas coisas, mas se você tivesse me dito isso que disse agora, antes da minha decisão de sair para uma noitada, talvez até reconsiderasse. Mas, nesse momento você é apenas uma sombra que rasteja aos pés a cada momento de sol. Mas, já que sai e revi a noite, descobri que nela você não existe mais.
Juliana deixou escorrer uma lágrima dos olhos e pediu novamente:
- Por favor, meu amor! Me dê só mais uma chance!
Luis secou a lágrima que escorrerá do rosto da sua ex e falou pela última vez:
- Você nunca secou uma lágrima minha se quer. Vista suas roupas Juliana e desapareça definitivamente da minha vida.
- O amor só bate na porta uma vez. Vá para o seu mundo de status e divirta-se com os porcos. Porque eu cansei de tentar fazer o amor algo palpável para você.
- Deve existir alguém que ainda queira experimentar a simplicidade de viver.
- Vou tomar um banho. Vista-se, pois quando sair do banho, não quero você mais por aqui. To esperando uma visita que conheci na choperia, que não está aqui agora, porque até para amar novamente, você aparece pra atrapalhar.
Luis beijou sua testa e dirigiu-se ao banheiro.