sexta-feira, 25 de maio de 2012

O que meus olhos veem

O que meus olhos veem neste teu ser
Uma beleza rara que me faz querer
Provar logo os teus lábios, o gosto do infinito
O beijo mais profundo que já virou meu vício
Meu sonhar, meu gostar, é esta com você só pra ver
O teu sorriso virar meu céu

É seda tua pele, pétala de flor
A mistura mais bela é o tom da sua cor
A perfeição exata, foi dada pra você
E não existe molde, que possa refazer
O teu olhar, o amor, a essência que tem o teu ser
Que possa brilhar mais que o sol.

Uma outra visão sobre São Paulo

Na certeza um navegar tão impreciso
Nas tuas vias de incertezas absurdas
De um trânsito, um balé
Sentir os pés já congelando sem sentido
A mão que aperta o vasto bolso, o invisível
De um frio qualquer
Na janela uma cidade de constantes impossíveis
Em cada tela uma imagem celebrando o nascimento de uma mistura
Concluída de um contraste do cinza e do branco
Um risco de lápis
Chove agora ela
Faz seu frio de Terra
E alimenta os novos passáros
Que cantam na tua janela
Estampa, grita, exprime
Em Sampa
Alto dos Pinheiros, perto Barra Funda
Jardim Paulista olha a Bela Vista
A Moóca, o Brás e Bom Retiro
Na rua Augusta ouvir o canto independente
Só quando cruza o Ipiranga e avenida São João
A Liberdade se perde e se encontra na Consolação.

domingo, 20 de maio de 2012

A cega era ela

Duas meninas
A cega não sabia da outra
A outra tinha vergonha da cega
A cega brincava sozinha nas flores do campo
A outra preferia rir sozinha, olhando pela janela:
A cega, as borboletas, os pássaros e as flores do campo.

Sabedoria

Sempre soube
Que nada seria
Um simples disfarce
Para um belo dia.

Mora no céu

Expressões do nada
Os versos de um silêncio
Um peito parado
Um tiro
Um grito
Lágrimas nos olhos sofridos
Filhos sem pais
Um dia comum de um País
Um adeus
Um até.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Estacionado em SP

E quem se importa?
Se vire! Dê um jeito
Fique na porta, mas, tire as malas
Se precisar, me chame que volto
Mas, só se realmente precisar
Fique lá dentro, em pé, em pleno frio
Coma pão enquanto espera minha falta de consideração
Dentro te mostro, minha forma de recepção
Bebam, saiam, fumem cigarros
Carros batidos em postes embriagados
Cidade de loucos e nós na madrugada
Perdidos no frio
De uma Avenida Paulista
Tão cinza e pálida.

Estrada

Minha vida se resume a ela
Sem roteiros, sem destino, sem chegada
E sem se quer partida
É tão breve a despedida
Que até parece que já passou
Não há tempo para lágrimas
Nem elementos simples da saudade
Minha vida é subida que demora
E descida rápida em alta velocidade
É tudo que passou
Desde o que foi visto
E o que não foi
Minha vida é um depois
Depois de tudo
Um logo depois.