segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Solitários

Eles sempre se encontravam na mesma rua
No mesmo horário, todos os dias
Trocavam olhares, sorrisos, mas nunca um:
“Bom dia! Boa tarde! Boa noite!”
Um homem e uma mulher, solitários
Que quando se cruzavam, sentiam frio na barriga
Ambos fingiam não enxergar
Ou talvez fosse medo de acreditar
Que aquilo fosse o tal dito amor
Ambos morreram sem dizer oi
Morreram fazendo as mesmas coisas
Morreram nos dias, nas horas
Com medo de arriscar
Com medo de amar
Com medo da dor

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