segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Ela não quis se entregar


Ela não quis se entregar...
Foi o acaso
Um caso em segredo
Entre distantes distrações 
Do movimento lento da Terra
Ela me viu logo depois
Que percebi aquele olhar de abismo profundo
Que exalavam a cor do mel
Castanho feito um planeta
Onde me vi habitar
Onde já quis estar
E onde moro toda noite
Degustando o teu beijo.
Ela não quis se entregar...
Lutou contra a vontade
Chegou a sumir
Se trancou na cidade
Postergou o amor
E fez ele crescer
Alimentando de frases de elogios
De simples sorrisos bobos
Leves beijos no rosto
E carícias tímidas de quem começou a gostar.
Ela não quis se entregar...
Mas se apegou de uma forma
Que teu cheiro e gosto impregnou-se
E não sai mais do meu corpo.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Subitamente



E foi assim no de repente, 
Que tudo aconteceu entre a gente. 
Subitamente sem saber. 
E ao pensar, já estávamos lá, 
No laço do abraçar debaixo do lençol, 
Toda manhã sorrir para o sol.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Acaso


Ele acordou com o amor exposto em versos
Transferiu os mais ternos sentimentos para o papel
E seguiu em direção a padaria do seu Brito.
Antes de entrar, sentou-se no banco da praça
Pra ter certeza que seu suposto amor a primeira vista, estava de serviço num sábado tão calado quanto o silêncio.
Ele avistou Carla desfilando seu belo sorriso pelo salão
Puxou o papel do bolso e acrescentou o número do seu celular.
Colocou o seu mais belo verso de amor ao seu lado
Respirou fundo, observou sua esperança loira de avental branco, tão linda quanto sua simpatia.
E ao perceber que ela o notará no banco solitário, ergueu-se num susto.
Como um tiro certeiro, seguiu em direção do alvo.
Era o melhor momento. Ela estava na entrada, sozinha.
Ao chegar confiante perto dela, sacou sua pistola poética do bolso
e a mão voltou vazia.
Sem ação diante daquele sorriso de céu, pediu um simples café 
E sentou-se provando o quente, amargo e preto. 
Sofrendo por dentro do peito, o celular vibra no bolso.
Ao ler a mensagem de um número desconhecido, dizendo "NÃO!!!"
Flávio entusiasmado, olha para a praça já sorrindo
 E percebe a linda ruiva lendo seu papel de amor que dizia:
"É tarde demais para pedir que você envelheça comigo?"

O caso

O laço que se fez, não foi em vão! 
Era a certeza entrelaçada em dúvidas.
Agindo por impulso, sorrindo com abraços
Felizes com o acaso...
Dois cadarços seguindo seus velhos passos
Numa manhã qualquer vazia de domingo.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Canvas


Era uma pintura simples
moldando-se a outra,
suavemente em descoberta.
A princípio, cores de precaução. 
Logo depois, uma mistura perfeita.
E a suspeita da bela imagem.
Um breve intervalo nas tintas.
Suspensão de afetos.
Um leve deserto entre os dois.
O quadro inacabado, já tem momentos.
E o amor silencioso naquela tela,
no fim das contas, vira aquarela.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

A turista


Isabela vivia aprisionada
Desacreditada.
Não acreditava que foi ela que provocará o fim.
Viajou várias cidades
Atrás de lembranças
Migalhas passadas
Viajava atrás do passado
Dos passos do seu ex.
Que sumiu, cansado das brigas, crises e dor
Que também é um turista
Fugindo sempre dela
Pra não magoar a Isabela
Ao descobrir que ele tem um novo amor.