quinta-feira, 19 de maio de 2011

Incondicionalmente

Eis que chega 2012. Primeiro dia.
Alguns nem se quer saíram de casa, já que a virada de ano aconteceu em meio a uma tempestade absurda.
Até granizo choveu. Era realmente o ano do fim.
O céu estava vermelho e o sol coberto por uma sombra negra, um eclipse tímido por assim dizer.
Janeiro foi o mês das chuvas, dos temporais. Era incrível ver o sertão em frenesi , com ondas perfeitas para dropar. Que pena que a alegria só vem no fim.
Neve por todo nordeste e um sol de 40° no sul.
Grupos de cientistas tentavam de alguma forma dar uma tese ou resposta que acalmasse a população.
O jornalismo continuava do mesmo jeito, ajudando a desinformar.
Novas religiões nasciam de hora em hora. Eram tantos Deuses que até Roberto Carlos virou santo e era pastor da igreja “Existem mil garotas querendo passear comigo”.
Realmente o mundo estava se despedindo de nós. Talvez tenha cansado de tanta cagada que fizemos a ele.
As pessoas pararam de “twitar” e declamavam suas frases nas ruas. Eram os loucos de agora:
“Ficar trancado no quarto não vai resolver os problemas.”
A internet era usada apenas para buscar uma resposta e nada mais. Cidades fantasmas como Orkut, Facebook, Badoo, entre outras. Não se via mais ninguém on line.
Terremotos diariamente. Tsunamis toda noite e sempre na tardinha um tornado dançava nos últimos raios de sol.
Dessa vez os seres humanos passaram a notar as coisas da natureza. Também não tinha como não notar. Eram tigres, girafas, leões e às vezes até baleias passavam pela avenida.
Orações, lágrimas, abraços, desculpas, perdões, morte, assaltos, suicídios.
Multidões fugindo para algum lugar que não existia mais. E o mais engraçado que no meio disso tudo, eu continuava ali parado ainda. Simplesmente, incondicionalmente pensando naquela menina linda.

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