quarta-feira, 21 de novembro de 2012

No terminal


Foi um dia desses no D.I.A
Reencontrei a guria que nunca mais lembrei
Na verdade nos notamos
Eu já estava lá no sacrifício de se fazer desperdiçar
O precioso tempo em esperar um mísero coletivo
Mas a vida traz presentes num dia comum
Basta estar atento e observar
Um ônibus que não era o meu
Ela desceu chamando minha atenção
Cabelos longos e negros
Com um vestido de mar
Entre o branco e o azul
Desenhavam suas curvas
Nos seus braços os livros do cursinho ou da “facul”
Enquanto ela desfilava no meio de tantos outros seres
Foste a primeira a silenciar o tempo da espera
E a reconheci no primeiro olhar
No mirar dos olhos
No vácuo do flash do relembrar...
Sim! Nós nos conhecemos
De longe um sorriso preso de entusiasmo
Pela surpresa do dia
Ao se aproximar os olhos ficavam mais fixos, focados
Só existia uma direção
O abraço
Dois beijos no rosto
A troca do calor dos corpos
Uma breve conversa pra celebrar
O procurar saber em que bairro mora
E o me passa teu número
Durante os dígitos para salvar na agenda
A vida volta a andar
Os ônibus chegam para ambos
Hora da despedida e a melhor hora pra notar
Qual a intensidade do abraço
Que direção ela virá para os dois beijos no rosto
E qual temperatura agora estará o teu corpo
Tchau!
Ela me abraçou tão próxima, com uma das mãos em minha nuca
E sussurrou no meu ouvido:
- Me liga mesmo?
Afastou um pouco o rosto, me olhou nos olhos e aguardou minha resposta:
- Eu te ligo.
Passamos alguns segundos abraçados, até que ela sorriu
Deslizou a mão sobre meu pescoço
Me beijou apenas encostando os lábios
Fazendo cara de manhosa disse:
- Tenho que ir...
Foi seguindo a direção oposta a minha
Se afastava deixando o terminal vazio
Com seu balançar de onda rainha, subiu...
Num Augusto Franco/ Bugio.



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