domingo, 29 de julho de 2012

A despedida



Sábado, 18h42min, o celular toca:
Ela: Oiiii!!!
Ele: Oi!
Ela: Tá fazendo o quê? Tá ocupado?
Ele: Não! To de bobeira em casa. Por quê?
Ela: To a fim de sair pra jantar na rua, tu me faz companhia?
Ele: Faço! To a fim também de dar um rolé! Curtir outros ares! rsrs!
Ela: Legal! Se arruma que dentro de meia hora passo aí. Vamos ao ilha Porchat.
Ele: Beleza então! Beijo!
Ela: Beijo!

Já era quase meia noite quando voltaram. Ela estacionou seu Ford Export na frente de casa, mas, não desligou o carro e ficou lhe observando calada por alguns instantes:
Ela: Adorei a noite.
Ele: Eu também. O jantar foi show de bola!
Ela: Que bom que você gostou. Adorei o vinho que escolheu. Não conhecia!
Ele: Conheci esse vinho através de um amigo. O problema é que não sei parar de bebê-lo. rsrs!
Ela: Hahaha! Seu bobo! Te adoro, sabia?
Ele: É! Mas, para mim ainda é difícil responder isso.
Ela: Adoro quando você mente pra mim.
Ele: rsrs!

Deram um abraço de despedida. As mãos dela tentavam percorrer o corpo dele, que então, se afastou como num susto.
Ele: Melhor parar… melhor parar!
Ela: Também acho. Ou não? – ela sorriu convidativa.
Ele: Nos vemos outro dia.
Ela: E se…
Ele: Se?
Ela: Você fosse dormir lá em casa? Estou sozinha hoje e tenho um vinho excelente lá.
Ele: Já chega de vinho para mim hoje.
Ela: Podemos ficar mais a vontade.
Ele: Acho melhor não. Quero organizar minhas coisas em casa. Não fiz nada hoje.
Ela: Desde quando você liga pra isso?
Ele: Desde que meu trabalho passou a me consumir e só tenho metade do sábado e o domingo para organizar minhas coisas.
Ela: Tadinho!
Ele: rsrs!
Ela: Tem certeza?
Ele: Tenho.
Ela: Então está na hora do senhor ir dormir. Nada de ficar escrevendo belos poemas na madruga viu?
Ele: Não prometo nada. rsrs!
Ela: Eu sei.

Beijaram-se no rosto. Ela o observará com aquele olhar de desejo e vontade de abusá-lo ali mesmo. Lentamente, ela passava a língua sobre seus próprios lábios.
Ele: Não me provoca!

E ela subitamente parou.
Ele: Eu detesto quando você me obedece. rsrs!
Ela: Eu sei. Hahaha!
Ele: Se cuida.
Ela: Você também. Me liga amanhã?
Ele: Não! Melhor não. E além do mais eu to sem crédito.
Ela: Que pena. Então, tchau amor.
Ele: Amor? rsrs! Piada! rsrs! Mas, tudo bem. Tchau.

Ele desceu do carro, bateu a porta e deu um adeus com a mão. Ela retribuiu sorrindo e mandando um beijo com a ajuda de uma das mãos.
00h36min. Já em casa, em frente ao computador, o celular dele novamente toca:
Ela: Oi lindo!
Ele: Oi! Já está com saudades? rsrs!
Ela: Hahaha! Bobo! To ligando pra dizer que foi melhor tu não ter vindo dormir aqui. Cheguei em meu prédio agora e na garagem me deparei com o carro do meu marido estacionado. Ufa! Já pensou que B.O?
Ele: Pois é! É como eu digo, “o que não existe, não deve ser alimentado!”
Ela: Mas, irá existir.
Ele: É! Sempre existe um outro caminho! Até lá, vivo dentro de um determinado tempo. Boa noite!
Ela: Boa noite lindo! Beijo!

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