terça-feira, 17 de setembro de 2013

Acaso


Ele acordou com o amor exposto em versos
Transferiu os mais ternos sentimentos para o papel
E seguiu em direção a padaria do seu Brito.
Antes de entrar, sentou-se no banco da praça
Pra ter certeza que seu suposto amor a primeira vista, estava de serviço num sábado tão calado quanto o silêncio.
Ele avistou Carla desfilando seu belo sorriso pelo salão
Puxou o papel do bolso e acrescentou o número do seu celular.
Colocou o seu mais belo verso de amor ao seu lado
Respirou fundo, observou sua esperança loira de avental branco, tão linda quanto sua simpatia.
E ao perceber que ela o notará no banco solitário, ergueu-se num susto.
Como um tiro certeiro, seguiu em direção do alvo.
Era o melhor momento. Ela estava na entrada, sozinha.
Ao chegar confiante perto dela, sacou sua pistola poética do bolso
e a mão voltou vazia.
Sem ação diante daquele sorriso de céu, pediu um simples café 
E sentou-se provando o quente, amargo e preto. 
Sofrendo por dentro do peito, o celular vibra no bolso.
Ao ler a mensagem de um número desconhecido, dizendo "NÃO!!!"
Flávio entusiasmado, olha para a praça já sorrindo
 E percebe a linda ruiva lendo seu papel de amor que dizia:
"É tarde demais para pedir que você envelheça comigo?"

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